terça-feira, 30 de dezembro de 2014

SAÚDE DA BAHIA NA UTI: DENUNCIA SINDIMED- SITUAÇÃO PRECÁRIA PELO INTERIOR DA BAHIA

 
Os problemas enfrentados pelo paciente que precisa utilizar a saúde pública do Estado da Bahia parecem se agravar ainda mais. Mesmo que hospitais novos ou Unidades de Pronto Atendimento (UPA) sejam inauguradas, a "precarização na relação com o médico gera os problemas denunciados pela população", afirmou o presidente do Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (Sindimed), Francisco Magalhães.
 
Nesta terça (30), o site Bocão News recebeu informações que revelam a atual situação dos principais hospitais do Estado localizados na capital baiana. De acordo com a denúncia, o Hospital Roberto Santos estaria sem médicos. Já o Hospital Geral do Estado (HGE) estaria com uma fila de 30 cirurgiais à espera. O Hospital do Subúrbio apresenta atendimento limitado e a UPA de Escada est6aria fechada por falta de pagamento de profissionais.
 
A reportagem do Bocão News entrou em contato com a secretaria de Saúde (Sesab), cuja assessoria de comunicação está levantando informações para esclarecer estas denúncias. Entretanto, já adiantou que o Hospital Roberto Santos funciona normalmente e que, os atendimentos menos graves são feitos na UPA da unidade. 
 
 
 
Porém, o presidente do Sindimed confirma as denúncias que chegaram no Bocão News. "Isso se deve por conta da relação precarizada com o médico. Eles (o Estado) contratam por PJ. Muitos médicos estão sem receber e, por isso, não estão indo trabalhar", revelou,  informando que os salários estão atrasados há cerca de três meses. "O Eládio Laserre pode parar o atendimento a qualquer momento. Estas empresas que são ditas cooperativas não pagam e se tem mania de achar que médico é banco de saúde", criticou, sem revelar quais são as empresas que tercirazam a mão-de-obra destes hospitais. Ainda conforme Magalhães, o estado contrata através de uma quarterização e com os salários atrasados os médicos acabam cruzando os braços. "O problema é que geraram o pagamento no mês de outubro, no dia 23 e 24 e encaminharam para a secretaria da Fazenda que não funcionou e não gerou o pagamento. Estas PJs vão, após a liberação, para a ABM, que faz o repasse. Porém, a maioria dos médicos não recebeu", explicou.
 
Franscisco Magalhães ressalta ainda que este caos na saúde pública já foi sinalizado à Sesab desde o mês passado "e avisamos que havia este risco. A situação é extremamente complicada. Eles (o Estado) sabem o que está acontecendo".
 
A Saúde no interior
 
Em Itaberaba e Santo Amaro os médicos decidiram cruzar os braços por falta de pagamento. Em Itaberaba, os servidores informaram que os salários dos médicos e enfermeiros já estão atrasados há quatro meses e os demais funcionários já têm dois meses de atraso e décimo terceiro pendente. Uma reunião entre o Conselho Municipal de saúde, Comissão de Saúde da Câmara e representantes dos servidores foi realizada para negociar um acordo com a APMI, empresa responsável pela gestão do hospital. Sem acordo, os funcionários decidiram manter a paralisação por tempo indeterminado até que seja pago todos os salários com valores atualizados. As atividades da unidade hospitalar estão restritas apenas aos casos de emergência e apenas 30% dos servidores estão trabalhando. A equipe médica ameaça pedir demissão da unidade hospitalar caso seus salários não sejam pagos até o dia 02 de janeiro de 2015.
 
O caos também se instalou em Santo Amaro, no Recôncavo Baiano. A APMI que presta serviços à Santa Casa e ao Hospital Otávio Pedreira atrasou o salário por três meses. Segundo fontes do Bocão News, o  13° também não foi pago, falta de medicamentos e alimentos. A reportagem do Bocão tentou contato com a empresa, mas não obteve êxito.
 
Para o presidente do Sindimed, "o problema é que existe um jogo de empurra e acham que médico pode trabalhar sem receber. No Roberto Santos está faltando enfermeira e auxiliar e , muitas vezes, a falta de profissionais leva ao fechamento de leitos", afirmou, colocando que o salário médio do médico neste tipo de contrato fica abaixo dos R$ 6 mil. 
 
Questionado sobre a avaliação da saúde pública no Estado, Magalhães lamenta o descaso e prevê: "É revoltante. 2015 será pior".

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